quinta-feira, 26 de junho de 2008

Madame Butterfly!




Um sábado chuvoso e passei o dia planejando meus jobs e planilhas de trabalho. Recebi uma proposta interessante: assistir Madame Butterfly de Puccini, com cenários de Tomie Ohtake, direção de Jorge Takla e sob regência de Jamil Maluf.

Peguei um táxi rumo ao Teatro Municipal. A região do centro a noite não é tão pacata e não há serviço de vallet. O taxista estava ligeiramente bêbado e enfezado com outros motoristas que circulavam. Já começou a corrida com um caminho estranho e não hesitou em fazer uma manobra radical (comigo dentro) para provocar um outro motorista que lerdo, deixou de avançar o sinal.

Cheguei sã e salva. O Municipal é belíssimo. Entrei e sentei em um dos bancos na espera da abertura para a platéia.

Circulavam pessoas de todas as idades, estilos, casais, grupos de amigos. Algumas senhoras de vestidos longos e outras de tênis e casacão.

Fui de pretinho básico, meu fiel escudeiro.

Estava lá o ator Cássio Scapin, entre outras figuras conhecidas. A emoção bateu ao ver Tomie Ohtake entrando no municipal, de bengala e cheia de vida! Simpática e com uma simplicidade inigualável.

A montagem Madame Butterfly encerra o Centenário da Imigração japonesa em São Paulo.

Para o maestro Jamil Maluf, também uma forma de homenagear os 150 anos de nascimento de Giacomo Puccini (1858-1924). Assim, Madama Butterfly, com cenários e figurinos de Tomie Ohtake, será encenada este mês, acompanhada pela Orquestra Experimental de Repertório com a participação do Coral Lírico.

Uma ópera do compositor italiano que fosse do grande conhecimento de público e outra que nunca tivesse sido encenada na casa. Foi essa a maneira que o diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo, maestro Jamil Maluf, encontrou para homenagear os 150 anos.

Entrevistei anos atrás o maestro Jamil, para um programa chamado “Bastidores de Orquestra’ Uma simpatia em pessoa, cheio de energia e um grande profissional. Apesar de já ter regido outras obras de Puccini, como La Bohème, Tosca e Turandot, Maluf confessa que somente agora se sente suficientemente maduro para conduzir a Butterfly. “Esse desafio está na complexidade que sua direção musical exige, uma vez que estamos levando à platéia não apenas a beleza da música, mas os sentimentos que estão imbuídos em cada melodia”, diz.O espetáculo tem a direção cênica do diretor teatral Jorge Takla, que já trabalhou com Maluf em outras três óperas.


Em 2003, pelos Contos de Hoffmann, de Jacques Offenbach, a dupla ganhou o troféu de música erudita da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).Inspirada nos cenários e figurinos criados na década de 1980 para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a artista plástica Tomie Ohtake deu um tratamento novo para o visual da montagem paulistana. A ópera relata o trágico romance entre a jovem gueixa Cio Cio San e o oficial da marinha norte-americana, Pinkerton. As sopranos Eiko Senda e Laura de Souza se revezarão no papel título, enquanto os tenores Paul Charles Clarke e Marcello Vannucci farão o mesmo em relação ao personagem Pinkerton. No elenco estão também a meio-soprano Silvia Tessuto e o barítono Licio Bruno, entre outros solistas.

O cenário, as cores, a interpretação, a direção formam um espetáculo perfeito. Após a apresentação, a platéia emocionada, retribui com calorosos e demorados aplausos.
O diretor Jorge Takla, homenageou Tomie do palco. Um momento de grande emoção para todos que ali estavam.
Serviço: Teatro Municipal de São Paulo. Praça Ramos de Azevedo, s/nº - Centro. Dias 21, 23, 25 e 27, 20h30. Dia 29, 17h. R$ 20 a R$ 40. Dia 23, R$ 10 a R$ 20

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