quarta-feira, 2 de julho de 2008

Candidatos à prefeitura de São Paulo: reflexões após um post


Nesses últimos dois dias, desde que li o post “Moradores de Rua” escrito pela Leticia, concordei com o fato de que “esta é uma discussão que não tem fim” e passei a pensar impacientemente na questão: “O que fazer para mudar o destino de tantas pessoas, que, sem querer ser assistencialista, precisam de ajuda?”.
O direito de voto está entre as ferramentas de solução, e como neste ano de 2008 teremos Eleições Municipais, acreditei ser coerente trazer ao blog alguns trechos de entrevistas (e também os links das matérias na íntegra) feitas pela Veja São Paulo com os principais candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo.
Faltam quatro meses para a Eleição. Para escolher um candidato é preciso conhecer quais são suas propostas e planos de ação, só assim podemos eleger aquele que está de acordo com os nossos anseios e apto para nos representar em órgãos de poder.


Marta Suplicy: "Sou ousada, criativa e inovadora"

Veja São Paulo – Por que a senhora quer voltar a ser prefeita?
Marta Suplicy – São Paulo precisa de uma nova atitude. Vejo minha cidade numa situação caótica no trânsito, com uma administração que não ousou o suficiente para atender a suas demandas. Creio ter as condições de dar respostas aos problemas gravíssimos enfrentados pelos paulistanos. Politicamente, tenho mais acesso ao governo federal, por ser do time do presidente.

Veja São Paulo – Qual é o principal problema da cidade hoje e como pretende enfrentá-lo?
Marta – Sem querer ignorar a situação difícil na saúde e na educação, diria que é o trânsito. O que pretendo fazer? Recuperar a capacidade de gestão da CET e ampliar o bilhete único, que pode ganhar duração semanal, mensal ou até anual. A longo prazo, construir mais corredores de ônibus e linhas de metrô. Para a Copa do Mundo de 2014, precisaremos de mais 260 quilômetros de corredores e 65 de metrô.

Veja São Paulo – A senhora se compromete a não aumentar impostos como o IPTU ou a não criar outras taxas?
Marta – Vou diminuir as taxas. Já mandei um grupo estudar formas de reduzir a tributação para o cidadão paulistano. Não sei ainda que imposto será usado. A cidade vive outro momento, gente! Quando comecei minha gestão, São Paulo tinha dívidas gigantescas. A receita de que dispunha era metade da atual.

Veja São Paulo – Que projeto ou obra seria a marca de um novo governo seu?
Marta – Ainda é cedo para dizer. Estou começando a me debruçar nos problemas da cidade. Mas certamente será marcante a recuperação do transporte. E também a inclusão social. Enquanto o sistema público não consegue tirar uma criança da favela, que seja capaz de tirar a favela de dentro dela com uma escola que ofereça oportunidades. Vou investir em um centro para alavancar a formação dos nossos professores. E conseguir que os alunos fiquem mais tempo na escola, o que é um desafio gigantesco em São Paulo, em razão da quantidade de crianças. Como psicóloga e psicanalista, quero manter um olhar especial sobre as creches. Criança bem-cuidada nos primeiros anos de vida é a que vai ter oportunidades.

Veja São Paulo – O que São Paulo tem de melhor?
Marta – O povo.

Veja São Paulo – E o que tem de pior?
Marta – O trânsito.

Íntegra da entrevista com a candidata Marta Suplicy: http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2064/m0161405.html



Gilberto Kassab: "Quero ver meus projetos concluídos"


Veja São Paulo – Por que o senhor quer continuar sendo prefeito?
Kassab – Como qualquer ser humano, quero ver meus projetos concluídos. Não tenho pretensão de resolver todos os problemas de São Paulo em oito anos, mas poderemos alcançar nossas principais metas.

Veja São Paulo – Qual é o principal problema da cidade hoje e como pretende enfrentá-lo?
Kassab – São dois: ensino e saúde. Tivemos avanços notáveis, mas nossa missão não está concluída. Até o fim da gestão, construiremos 217 escolas. Com isso poderemos implantar aulas em período integral. Construímos 110 AMAs (unidades de Assistência Médica Ambulatorial) e dois hospitais. Em ambas as áreas, criamos um plano de cargos e salários para resgatar a valorização do servidor. Nosso objetivo é que a classe mais desfavorecida tenha acesso às mesmas condições que a classe alta.

Veja São Paulo – O senhor se compromete a não aumentar impostos como o IPTU ou criar novas taxas?
Kassab – Não só me comprometo. Quero registrar que minha administração foi a única a diminuir impostos no Brasil. Eliminamos, por exemplo, a taxa do lixo, que arrecadaria mais de 300 milhões de reais por ano.

Veja São Paulo – Que projeto ou obra seria a marca de um novo governo seu?
Kassab – Tenho certeza absoluta de que as pessoas se lembrarão das condições em que vamos deixar nossos sistemas de educação e saúde.

Veja São Paulo – O que São Paulo tem de melhor?
Kassab – Sua gente.

Veja São Paulo – E o que tem de pior?
Kassab – Por ser uma das maiores cidades do mundo, uma série de circunstâncias muito tristes. Imagine a situação de uma família que não consegue educar seu filho.

Íntegra da entrevista com o candidato Gilberto Kassab: http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2065/m0161988.html



Geraldo Alckmin: "Pretendo fazer uma acupuntura urbana"


Veja São Paulo – Kassab tem sido um bom prefeito?
Alckmin – Ocorreram avanços importantes. Citaria a Lei Cidade Limpa, que foi positiva.

Veja São Paulo – Por que então o senhor quer o lugar dele?
Alckmin – Vejo que é uma corrida de revezamento. Cada um cumpre uma etapa, e estou animado para a próxima. Quero ser prefeito para trabalhar pelas pessoas.

Veja São Paulo – Qual é o principal problema da cidade hoje?
Alckmin – São vários. Um deles, como em toda megacidade, é a mobilidade. Não se vai resolver o problema do transporte com investimento somente nessa área. É preciso planejamento. Compatibilizar moradia, emprego, estudo e lazer em subcentros na cidade.

Veja São Paulo – O senhor se compromete a não aumentar impostos como o IPTU ou criar novas taxas?
Alckmin – Assumo o compromisso. Aliás, fiz isso como governador. Reduzi o ICMS para mais de 200 produtos e serviços. A alíquota do álcool, por exemplo, caiu de 25% para 12%.

Veja São Paulo – Como diminuir a desigualdade social em São Paulo?
Alckmin – Vou dar um exemplo, que é a saúde. Existe má distribuição dos leitos hospitalares, concentrados na região da Avenida Paulista. E há regiões enormes, como Parelheiros e Grajaú, com quase 300 000 pessoas, sem uma cama sequer. Como governador, construímos hospitais em Sapopemba, Vila Prudente, Grajaú e Pirajussara. É preciso apostar nessa descentralização e na geração de empregos, com investimento público e privado. Ajudaria também na questão do trânsito.

Veja São Paulo – O que São Paulo tem de melhor?
Alckmin – Esse povo caloroso.

Veja São Paulo – E o que tem de pior?
Alckmin – O trânsito e a segurança.

Íntegra da entrevista com o candidato Geraldo Alckmin: http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2066/m0162390.html

Fonte e Fotos: Veja São Paulo

2 comentários:

Leticia Olivares disse...

Déa, concordo com vc! Precisamos nos inteirar das propostas, analisar e pensar seriamente no assunto: quem vamos eleger? E mais, com as promessas em mãos, cobrar os resultados, quando um deles estiver efetivamente no "pûder", como diz meu pai.
beijos

Clarissa disse...

difícil é acreditar em alguma dessas promessas...